segunda-feira, 11 de abril de 2011

Atividade para os dislexicos vai além da escrita na lousa

Atividade de ensinar vai além da escrita na lousa

Professor de geografia no ensino básico do Colégio Objetivo, em São Paulo (SP), José Rigoni Júnior, 27 anos, acredita que a didática, a compreensão, a capacidade de se expressar oralmente e explicar o conteúdo para o aluno são pontos muito mais importantes para o professor do que a capacidade de escrever na lousa.

Disléxico, Rigoni tem dificuldade com a fonética – “a escrita na lousa ainda é um desafio” –, mas diz que isso não lhe traz problemas para lidar com as turmas. “Quando um erro ortográfico aparece e vira até motivo de risadas, explico minha dificuldade. Os alunos entendem. Eles são muito abertos à mudança e têm capacidade de absorver esses conceitos e lidar com essas pseudo-dificuldades muito bem”, acredita.

Professor há seis anos, Rigoni conta que já sofreu preconceito e chegou até a ser demitido de uma escola, por causa da dislexia. Quando estudante, também sentiu reações preconceituosas: “nunca de colegas, sempre de professores, que não sabiam que meu problema não era falta de empenho e sim uma patologia que dificulta a fixação do aprendizado da leitura e da escrita.”

Segundo Rigoni, a sociedade acadêmica deve ensinar os alunos disléxicos com uma postura diferente, com mecanismos que possam ajudá-lo ao invés de recriminá-lo pelo mau desempenho na leitura e na escrita. Em sua opinião, é preciso propor ao aluno novas maneiras de mostrar suas aptidões, que não o deixem circunscrito à forma de linguagem onde tem mais dificuldade. “Não adianta pedir para o estudante escrever um texto ou ler e explicar um livro se ele tem exatamente essa dificuldade. Isso é avaliar pela dificuldade”, argumenta.

Rigoni diz que foi difícil concluir o curso superior, em função da própria instituição acadêmica, ainda muito fechada à mudança. “Estou com problemas até hoje para comprovar algumas coisas de avaliações, que foram oralizadas”, conta o professor, que atua ainda como pesquisador na Universidade de São Paulo (USP), na área de clima. Ele conta que já teve vários alunos com dislexia e diz que a experiência foi muito boa. “A figura espelhada do professor e o fato de o aluno saber que o professor apresenta os mesmos distúrbios que ele dá um ânimo muito legal aos alunos. Mostra que a condição de vitória acadêmica pode acontecer para qualquer um,” destaca.

“Minha dica para alunos disléxicos é: estudem ao máximo e saibam que existem outras maneiras de aprender: não é só a apostila, não é só o livro. A TV, a internet, a discussão com o professor também são importantes e prestar atenção na oralidade do professor é fundamental”, destaca. Mas para ele, a principal sugestão deve ser dada aos professores, porque os alunos disléxicos, mesmo que não tenham sido diagnosticados, sabem que têm dificuldades e vão tentar se ajudar, mas os professores não sabem disso e acabam repassando o mau desempenho dos alunos para os próprios alunos.

Avaliação – “Quem tem que ajudar o aluno no processo escolar são os professores. Devem observar o aluno, suas dificuldades e deficiências e propor a ele uma avaliação, que possa indicar se apresenta tal distúrbio ou não,” enfatiza. Ele próprio só descobriu que tinha dislexia por volta dos 18 anos, por meio de um professor. “Eu fazia letras e tinha um desempenho oralizado muito bom na sala de aula. Como fiquei com nota um na primeira prova, o professor veio saber o que estava acontecendo, surpreso com os erros encontrados na escrita”, relembra. Foi então que o professor sugeriu a Rigoni que fizesse uma avaliação para saber o diagnóstico do problema.

Fonte: site http://alziraubaldo.blogspot.com/search/label/Atividade%20para%20dislexia

Trabalho na sala de recursos não se confunde com atividades de reforço escolar


Diferentemente do que muitos pensam, o foco do trabalho não é clínico. É pedagógico. Nas salas de recursos, um professor (auxiliado quando necessário por cuidadores que amparam os que possuem dificuldade de locomoção, por exemplo) prepara o aluno para desenvolver habilidades e utilizar instrumentos de apoio que facilitem o aprendizado nas aulas regulares. "Se for necessário atendimento médico, o procedimento é o mesmo que o adotado para qualquer um: encaminha-se para um profissional da saúde. Na sala, ele é atendido por um professor especializado, que está lá para ensinar", diz Rossana Ramos, especialista no tema da Universidade Federal de Pernambuco.
Os exemplos de aprendizagem são variados. Estudantes cegos aprendem o braile para a leitura, alunos surdos estudam o alfabeto em Libras para se beneficiar do intérprete em sala, crianças com deficiência intelectual utilizam jogos pedagógicos que complementam a aprendizagem, jovens com paralisia descobrem como usar uma prancheta de figuras com ações como "beber água" e "ir ao banheiro", apontando-as sempre que necessário. "Desenvolver essas habilidades é essencial para que as pessoas com deficiência não se sintam excluídas e as demais as vejam com normalidade", diz Maria Teresa Mantoan, docente da faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), uma das pioneiras no estudo da inclusão no Brasil
Também vale lembrar que o trabalho não é um reforço escolar, como ocorria em algumas escolas antes de a nova política afinar o público-alvo do AEE. "Era comum ver nas antigas salas de recursos alunos que apresentavam apenas dificuldade de aprendizado. Hoje, a lei determina que somente quem tem deficiência, transtornos globais de desenvolvimento ou altas habilidades seja atendido nesses ambientes", afirma Maria Teresa. Com o foco definido, o professor volta a atenção para o essencial: proporcionar a adaptação dos alunos para a sala comum. Cada um tem um plano pedagógico exclusivo, com as atividades que deve desenvolver e o tempo estimado que passará na sala. 

sábado, 9 de abril de 2011

O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E O AEE




De acordo com as Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, publicada pela Secretaria de Educação Especial - SEESP/MEC, em abril de 2009, o Projeto Político Pedagógico da Escola deve contemplar o AEE como uma das dimensões da escola das diferenças. Nesse sentido, é preciso planejar, organizar, executar e acompanhar os objetivos, metas e ações traçadas, em articulação com as demais propostas da escola comum.

A democracia se exercita e toma forma nas decisões conjuntas do coletivo da escola e se reflete nas iniciativas da equipe escolar. Nessa perspectiva, o AEE integra a gestão democrática da escola. No PPP, devem ser previstos a organização e recursos para o AEE:

sala de recursos multifuncionais; matrícula do aluno no AEE; aquisição de equipamentos;

indicação de professor para o AEE; articulação entre professores do AEE e os do ensino comum e redes de apoio internos e externos à escola.

No caso da inexistência de uma sala de recursos multifuncionais na escola, os alunos não podem ficar sem este serviço, e o PPP deve prever o atendimento dos alunos em outra escola mais próxima ou centro de atendimento educacional especializado, no contraturno do horário escolar. O AEE, quando realizado em outra instituição, deve ser acordado com a família do aluno, e o transporte, se necessário, providenciado. Em tal situação, destaca-se, a articulação com os professores e especialistas de ambas as escolas, para assegurar uma efetiva parceria no processo de desenvolvimento dos alunos.


O PPP prevê ações de acompanhamento e articulação entre o trabalho do professor do AEE e os professores das salas comuns, ações de monitoramento da produção de materiais didáticos especializados, bem como recursos necessários para a confecção destes.

Além das condições para manter, melhorar e ampliar o espaço das salas de recursos multifuncionais, inclui-se no PPP a previsão de outros tipos de recursos, equipamentos e suportes que forem indicados pelo professor do AEE ao aluno.